Ao contrário do que defendem líderes como Sam Altman, Bill Gates acredita que algumas profissões não só resistirão à IA, como serão ainda mais valorizadas no novo cenário tecnológico.
Nos últimos anos, a inteligência artificial (IA) deixou de ser uma promessa futurista para se tornar uma realidade onipresente. De assistentes virtuais a diagnósticos médicos, ela foi aplicada em praticamente todos os setores — e com isso, aumentaram os temores sobre a extinção em massa de empregos. No entanto, segundo Bill Gates, nem tudo está perdido para os profissionais humanos.
Durante participação no "The Tonight Show" com Jimmy Fallon, o cofundador da Microsoft surpreendeu ao afirmar que a IA eliminará a maioria das funções humanas, mas que ao menos três profissões permanecerão essenciais — e humanas. Um dos destaques de sua fala foi justamente a profissão de programador, que tem sido vista por muitos como uma das mais ameaçadas pela automação.
Apesar da visão difundida por nomes como Sam Altman, CEO da OpenAI, de que ferramentas como o ChatGPT poderão programar sozinhas, Gates discorda. Ele argumenta que a capacidade de interpretar, revisar e dar sentido à lógica por trás da IA continuará exclusivamente humana. Para ele, “dizer que programar vai desaparecer é como perguntar se vale a pena aprender multiplicação porque os computadores já fazem isso”.
Os programadores do futuro terão funções ampliadas: além de codificar, atuarão como curadores da lógica por trás das IAs, garantindo que os sistemas estejam funcionando corretamente e que não estejam gerando respostas “completamente estúpidas” — nas palavras do próprio Gates. Também serão essenciais na detecção de bugs, aprimoramento de algoritmos e desenvolvimento de sistemas ainda mais robustos.
Além dos programadores, Gates citou biólogos e especialistas em energia como profissionais que permanecerão no controle. A biologia, mesmo com o apoio da IA na análise de DNA ou no auxílio a diagnósticos, ainda demanda interpretação humana e sensibilidade científica para a inovação. Já o setor de energia, por seu alto nível de complexidade, também não será totalmente automatizável — exigindo decisões humanas para lidar com variáveis geopolíticas, ambientais e sociais.
Apesar do tom preocupante, Gates também ressaltou os benefícios da IA: segundo ele, serviços médicos especializados, educação de qualidade e outros recursos hoje inacessíveis para muitos serão amplamente democratizados pela tecnologia, tornando-se mais baratos e eficientes.
Enquanto a discussão sobre o futuro do trabalho avança, a fala de Gates traz um contraponto importante ao fatalismo digital. A substituição em massa pode acontecer, sim — mas ainda haverá espaço, e necessidade, para quem entende a lógica por trás da máquina.
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No próximo conteúdo, vamos explorar como as escolas e universidades estão se adaptando para preparar os profissionais do futuro diante da ascensão da inteligência artificial. Vale a pena continuar investindo em formação tradicional? Descubra em breve.