Editorial: A Indústria da Doença e Seus Interesses Ocultos

Publicado por: Feed News
21/10/2024 10:33 PM
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Ilustração/Cortesia Editorial Arquivo
Ilustração/Cortesia Editorial Arquivo

EDITORIAL

 

Você já se perguntou por que, apesar dos avanços médicos e tecnológicos, ainda estamos longe de sermos uma sociedade verdadeiramente saudável? Por que novas doenças continuam a surgir, enquanto doenças crônicas mantêm milhões de pessoas dependentes de tratamentos prolongados? Estaríamos presos em um ciclo em que ser saudável não é, de fato, interessante para o mercado de saúde global?

 

Nosso atual modelo de saúde é amplamente baseado no tratamento de doenças, e não na sua prevenção ou cura. Esse modelo, muitas vezes chamado de “medicina da doença”, parece focar mais em prolongar tratamentos do que em soluções definitivas. A "trilogia" composta por hospitais, médicos e laboratórios é parte de um sistema que, propositalmente ou não, parece priorizar o lucro contínuo em detrimento da saúde a longo prazo. Se as pessoas fossem verdadeiramente saudáveis, como ficariam as finanças da indústria farmacêutica e de seus seguidores?

 

O Ciclo do Tratamento: Lucrativo e Prolongado

O tratamento contínuo é uma das principais fontes de lucro no setor de saúde. A manutenção de pacientes crônicos, que requerem consultas regulares, exames frequentes e medicamentos de uso prolongado, garante uma receita estável para hospitais, médicos e farmacêuticas. Enquanto isso, a prevenção e a promoção ativa da saúde são frequentemente subestimadas. Não é incomum que medicamentos para doenças crônicas (como hipertensão, diabetes e colesterol) sejam priorizados em pesquisas, enquanto investimentos em curas definitivas recebem menos atenção.

 

A lógica das patentes farmacêuticas também reforça esse ciclo, pois incentiva a criação de medicamentos que podem ser vendidos continuamente. Em vez de buscar soluções que eliminem as doenças, o mercado se concentra em tratamentos que geram dependência prolongada. Mas não seria esse um conflito de interesses em um sistema que deveria ter como prioridade a saúde das pessoas?

 

A Influência do Marketing e das Prescrições

A influência da indústria farmacêutica vai além dos laboratórios e atinge diretamente o consultório médico. Muitos profissionais da saúde são incentivados, de diversas maneiras, a prescrever determinados medicamentos ou a encaminhar pacientes para exames específicos, independentemente da necessidade real. Isso levanta a pergunta: as recomendações médicas são sempre feitas com base na saúde do paciente, ou há um fator financeiro em jogo?

 

É preciso considerar, ainda, que os próprios pacientes são condicionados a acreditar que precisam de tratamentos contínuos e consultas frequentes para manter sua saúde. Enquanto isso, soluções mais baratas e naturais, como mudanças de hábitos alimentares, exercícios físicos e práticas preventivas, raramente recebem o destaque merecido. Será que o sistema está interessado em promover uma vida verdadeiramente saudável, ou em criar uma dependência médica de longo prazo?

 

O Impacto no Paciente e a Solução Sustentável

Aqueles que mais sofrem com esse sistema são os próprios pacientes, muitas vezes presos em um ciclo de consultas, exames e tratamentos sem encontrar uma solução efetiva ou definitiva para suas condições de saúde. A consequência disso não é apenas financeira, mas também emocional e física. Não é à toa que o modelo atual tem sido criticado por priorizar a gestão da doença em vez da promoção da saúde.

 

Entretanto, nem todos os profissionais e instituições de saúde estão alinhados a essa lógica de mercado. Muitos médicos, pesquisadores e organizações buscam, de fato, promover uma medicina mais preventiva e curativa. Mas, para que haja uma mudança estrutural no sistema, será necessário um esforço maior na educação, no acesso à saúde de qualidade e na promoção de hábitos saudáveis. Somente com esse compromisso poderemos romper o ciclo atual e construir um modelo de saúde mais sustentável e justo.

 

Uma Reflexão Necessária

Assim, é necessário questionar: estamos vivendo uma “epidemia de tratamentos”, onde o foco está em prolongar o problema ao invés de resolvê-lo? A cura completa realmente não interessa ao mercado? E, finalmente, como podemos reverter esse ciclo em um sistema tão lucrativo quanto o da saúde?

 

A resposta pode não ser simples, mas passa por um maior investimento em políticas públicas de prevenção, pela promoção de uma educação voltada para a saúde e pelo fortalecimento de uma consciência coletiva sobre a necessidade de um modelo de saúde mais humano, que coloque o bem-estar das pessoas acima dos interesses financeiros.

 

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